sábado, 27 de novembro de 2010

Vila dos Confins

Criação literária. Vamos mais adiante. Após ter devorado (e praticamente destruído) a coleção infantil de Monteiro Lobato, descobri o Tesouro da Juventude, e neste, principalmente, o Livro dos Contos e o Livro das Belas Ações.
O passar do tempo, trouxe hormônios e adolescência.
A juventude, já foi dito, comunica ao ato de ler um sabor e uma importância particulares. Coisas continuam a valer mesmo que nos recordemos pouco ou nada do livro da juventude. Já no ginásio, aos quatorze anos, um professor, que, ingratamente, não lembro o nome, obrigou-nos a ler os primeiros romances, dentre os quais um livro chamado Vila dos Confins, de Mário Palmério. Posteriormente, vim saber, com espanto, que o mundo não considerava esse autor uma estrela de primeira grandeza da Literatura Brasileira. Entretanto, devorei o livro ao longo de uma madrugada de excitações, e a descrição da caçada de uma onça negra, pelo destemido Padre Sommer, armado apenas com uma zagaia, dentro de uma caverna tenebrosa, produziu-me, numa só palavra: febre! Naquela noite, pela primeira vez, de forma sólida, pensei no autor de uma obra como alguém muito especial. Para que escrevia? Não fazia idéia. Mário Palmério, porém, por Vila dos Confins, tornou-se o maior escritor do mundo no início de minha adolescência.

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